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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Order of the Shtick


Não se engane com os traços bobos e a comédia. Esses quadrinhos vão muito mais fundo na compreensão do mundo medieval do que os livros básicos de D&D. Fiquei espantado com a quantidade de rpgistas brasileiros que desconhecem Order of the Stick (incluindo eu). Depois de jogar o jogo de tabuleiro, que é um rpg bem no estilo Dragon Quest, muito divertido, resolvi ler os quadrinhos que originaram esse jogo tão maravilhoso. Infelizmente a tradução do Nibelung acabou interrompida por vários motivos, incluindo um pedido do criador da série, Rich Burlew. Temos até o #216 aqui. Em inglês, já chegamos ao #894.

O quadrinho é uma enorme aventura de RPG com várias crônicas, inimigos recorrentes, citação das regras, "acho que falhei no teste de observar", cenas hilárias, uma história excelente e uma ambientação nova. É um mundo medieval com seus próprios deuses, sua própria história de criação, mas temos todo o clássico de D&D presente: Magia, dragões, guerreiros, monstros, seres extra-planares, céu, inferno, reis, princesas, um mundo em perigo e um grupo de avetureiros disposto a salvá-lo. Muita coisa já aconteceu e eu confesso que não perde em nada pra uma épico medieval, apesar de todo o humor e do metagame dos personagens, a história e os personagens são excelentes.

Acompanhamos um grupo de aventureiros que se auto-intitula Order of the Stick (a ordem do pauzinho/graveto) liderado pelo guerreiro Roy Greenhilt, um homem de dever, leal e bom, que gastou muitos pontos em inteligência e em perícias fora de classe. Seu braço direito é a ladina Haley Starshine, caótica boa, que carrega consigo muito espaço em sacos dimensionais e mochilas de carga. O melhor amigo de Roy é o bardo Elan, também caótico e bom. Ele tem pontos demais de carisma e poucos em inteligência. Durkon Thundershield, o anão clérigo de Thor (sim, o deus do trovão) é o aliado mais fiel e leal, segue as regras à risca, até demais. Vaarsuvius é o elf@ que ninguém sabe se é homem ou mulher. Um exímio feiticeiro, workaholic, com um orgulho inflado de seus próprios poderes. O elf@ é o único membro puro neutro do grupo, que aplica o raciocínio lógico a todas as situações sem dó nem piedade. Por último, Belkar Bitterleaf, o halfling ranger/bárbaro (só pra ter fúria) que é o único caótico e mau. Ele é o pilar de sustentação do sarcasmo e sacaneia com todo mundo, imprevisível e sanguinário.

EU SOU UM DEUS DA GUERRA SEXY E DESCALÇO!!!


É como assistir a uma sessão de jogo, os personagens gritam "Ataque furtivo, bitch!" e falham em testes de resistências. Os vilões estudam o livro dos monstros pra conhecer os monstros que podem usar contra os heróis. "Elan, estamos tentando ser furtivos, não precisa gritar que você tirou um 4 no dado, como da última vez" "Ok... eu já sei. MAS DESSA VEZ EU TIREI UM 9, POR CAUSA DO BÔNUS DAS BOTAS ÉLFICAS!".

O principal vilão é o Lich Xykon, um personagem tão poderoso que passa a maior parte do tempo fazendo apostas bestas, assistindo tv e criando planos idiotas. Seu braço direito, Redcloak, clérigo goblin, é quem realmente orquestra os planos e executa as investidas do poder maligno. 

Pra quem lê em inglês eu recomendo ler TUDO, sério mesmo, tudo é muito bom. Não tem UMA página que você se sinta enrolado, mesmo os episódios fillers são engraçados. Eu li tudo em uma semana, então imagina o quanto esse negócio é viciante (tá eu não tenho mais nada pra fazer, mas). No próprio site tem várias coisas pra vender, desde camisetas, os livros com os quadrinhos impressos e bônus. Compre, vale a pena. Eu não to sendo patrocinado nem nada, mas você não vai se arrepender de comprar o jogo de tabuleiro e alguns livros de quadrinhos pra sua coleção!


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